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Eventos climáticos extremos: tecnologias, como Inteligência Artificial, auxiliam na tomada de decisão

Assim como as mudanças climáticas, os eventos climáticos extremos não têm fronteiras. A frequência e a intensidade cada vez maiores desses fenômenos têm causado impactos devastadores no âmbito regional e global (leia mais aqui e aqui). A rapidez com que muitas vezes acontecem, e de maneira repentina, exige planejamento e tomadas de decisão em tempo real.

A questão é que a dificuldade de previsibilidade local dificulta as decisões para mitigar os impactos. As Estações Meteorológicas que permitem as previsões não possuem uma resolução local e são muito espaçadas, impossibilitando previsões tão precisas em termos geográficos. Ao observar as estações do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) é possível verificar uma maior densidade nos grandes centros, enquanto regiões mais afastadas possuem um menor monitoramento (https://mapas.inmet.gov.br/).

Além disso, o Brasil é formado por uma grande variação de relevos e biomas e os modelos tradicionais do clima não são capazes de prever um evento tão fora do comum com precisão para localidades específicas, com crescimento exponencial, como os eventos climáticos extremos. Essa dificuldade de antecipação tira qualquer controle da situação, o que aumenta ainda mais os impactos negativos desses fenômenos.

Como explicou o especialista em soluções do SiDi, João Santos, sobre a falta de previsibilidade dos eventos climáticos extremos:

“Você tem o controle dentro de situações historicamente conhecidas. Se não temos referência alguma das situações previstas, podemos cair em uma situação sem nenhum controle.”

 

Hoje em dia, em setores impactados diretamente pelas mudanças climáticas, como operação de barragens por exemplo, as tomadas de decisão dependem da experiência do operador, que carrega muita subjetividade e pode variar de operador para operador. Esses segmentos exigem um olhar para as condições climáticas e os possíveis impactos na operação e na sociedade. Sem contar que o tempo de resposta é um fator crítico durante desastres naturais.

Depois que a catástrofe acontece, a esfera pública busca entender no que foram baseadas as decisões tomadas. Por isso, é importante que tenham rastreabilidade e objetividade, mitigando os riscos associados à subjetividade humana.

A presença de operadores é essencial nas tomadas de decisões e estas são mais eficientes quando apoiadas por sistemas que podem analisar um grande volume de dados e entregar pontos sumarizados para que a melhor decisão seja tomada. Além disso, permitem a padronização de processos e facilitam a transmissão do conhecimento para novos operadores.

Então, dentro daquilo que é conhecido, como conseguimos prever esses pontos que são extremamente fora da curva? Como tomar decisões para mitigar os impactos dos eventos climáticos extremos? Como preparar as cidades frente a esse cenário de mudanças climáticas para torná-las mais responsivas? E, enfim, como desenvolver o ferramental necessário?

 

Como a IA pode ser utilizada para mitigar os impactos dos efeitos climáticos extremos?

Tecnologias, como a Inteligência Artificial (IA), têm sido utilizadas para reduzir esse tempo e dar rastreabilidade às decisões. Sistemas de previsão e de tomada de decisão baseados em IA mais precisos permitem escolhas mais objetivas e acertadas, bem como o trabalho com regiões mais particulares.

Esses sistemas de recomendação, salvamento e recuperação, atuam como operadores virtuais, copilotos ou conselheiros e permitem decisões mais apuradas e um direcionamento mais adequado das situações. Eles possuem o histórico de informações e traçam cenários com base em critérios objetivos para mitigar os efeitos dos eventos climáticos extremos.

A partir de uma análise de risco, o sistema de IA e Analytics é capaz de processar um volume grande de dados, em questão de segundos, e apresentar as informações mais importantes e os cenários possíveis, de forma prática e rápida. Assim, ganhamos tempo e conseguimos pensar de maneira adequada para tomar melhores decisões, considerando as possibilidades de cenários futuros previstos.

Este tipo de sistema pode prever situações que indiquem, por exemplo:

  • A operação mais segura da barragem, combinando fatores como o volume de chuva, o potencial financeiro e os riscos socioambientais, para orientar níveis ideais de abertura da comporta de acordo com cada cenário.
  • O risco de inundar uma cidade inteira, dependendo do volume de chuvas e da capacidade de uma barragem.
  • O risco de inundar somente uma parte se meia comporta for aberta.
  • Quais bairros de uma cidade têm maior probabilidade de alagamento.
  • Quais ruas e estações de metrô precisam ser bloqueadas, devido ao potencial iminente de alagamento, para não colocar a vida das pessoas em risco.

Cada cenário exige um conjunto de informações específicas, dependendo do tipo e do nível de detalhamento da decisão que precisa ser tomada. Para construir um conjunto de recomendações bem estruturado para cada situação, que seja rápido e adequado a região, são necessários dados. E três grandes desafios nesse sentido são: ter os dados adequados, de qualidade e que eles sejam atualizados.

 

Se não fizermos nada, o cenário é catastrófico

Por serem um fenômeno global, todos os segmentos são afetados de alguma maneira pelas mudanças climáticas, mesmo que não percebam. Quando impactado por chuvas torrenciais, fortes ventos, por exemplo, as concessionárias do setor de infraestrutura crítica possuem prejuízos financeiros e de imagem significativos devido à sua indisponibilidade de serviço. Recompor a operação destruída leva tempo e acarretam prejuízos para a sociedade, conforme o tempo de parada.

O setor agrícola, por sua vez, tem suas culturas fortemente afetadas pelas chuvas intensas, secas e queimadas. Já a indústria sofre por motivos logísticos que afetam sua cadeia de suprimentos e de fornecimento. E os decisores públicos enfrentam o impacto imediato na sociedade, com a perda de vidas humanas, de residências e o motivo da subsistência das pessoas.

E apesar das mudanças climáticas estarem mudando a dinâmica climática em larga escala, cada região e segmento da indústria vai ter necessidades diferentes. E tecnologias como a Inteligência Artificial permitem a criação de soluções hiperpersonalizadas para cada região e atendendo características de cada setor produtivo.

Mais do que nunca, precisamos de sistemas sofisticados para poder fazer a previsão dos eventos climáticos extremos, desenvolver sistemas de recomendação e mitigar os impactos deles. Se não fizermos nada, o cenário é catastrófico. Se fizermos alguma coisa diminuímos impactos severos.

Os governos têm um papel fundamental e amplo nesse cenário. Mas existem coisas que individualmente o setor privado pode fazer, e alguns fazem, que auxiliam. Essa é uma responsabilidade compartilhada, de cada um de nós.

 

O papel do SiDi, como ICT

Como Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT), o SiDi tem o papel de ser uma liderança nesse contexto, sendo uma ponte entre a pesquisa realizada nas universidades e a sua aplicação na sociedade. Isso envolve catalisar a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico, interligando as pontas e promovendo soluções inovadoras por meio de parcerias.

Além disso, também temos o dever de conscientizar a sociedade e as empresas, bem como fomentar conversas entre os players para facilitar a busca e a concretização das soluções.

Se a sua organização quer contribuir com essa causa, saber como ser mais resiliente e mitigar os impactos dos eventos climáticos extremos, por meio de tecnologias que auxiliam na tomada de decisão, entre em contato conosco.