Como os agentes de IA devem elevar as indústrias a um nível quase autônomo
Mesmo com desafios estruturais, como carga tributária elevada, dificuldade para contratar mão de obra qualificada e juros altos, além de um preocupante processo de desindustrialização, o setor industrial brasileiro segue avançando. Diante desse cenário, a transformação das indústrias, guiada pela inovação com o uso de tecnologias emergentes, tem sido o principal motor do crescimento.
Abordagens e tecnologias tradicionais isoladas são insuficientes para impulsionar os níveis necessários de flexibilidade, sustentabilidade e excelência necessários para aumentar a produção e a competitividade. Nesse sentido, os agentes de Inteligência Artificial (IA) despontam como importantes aliados na eficiência e evolução do setor.
Combinados com uma visão estratégica de negócio personalizada e inovações, como a robótica e a Internet das Coisas, os agentes de IA possuem um enorme potencial transformador. Hoje, são eles que, em grande medida, têm pautado o progresso tecnológico, possibilitado pelos recentes avanços em processamento de linguagem natural dos modelos de IA Generativa.
O que são agentes de IA?
Agentes de IA são sistemas inteligentes autônomos que realizam tarefas específicas baseadas em objetivos determinados. Podem interagir com outros agentes, atuando como multiagentes, com diversas especialidades, acessar dados externos e aprender continuamente para melhorar o seu desempenho, o que os torna particularmente valiosos para as operações complexas e dinâmicas, nas quais as condições e os objetivos estão em constante mudança.
Os agentes de IA amplificam o impacto dos grandes modelos de linguagem (LLMs), dando-lhes acesso a ferramentas e aprimorando a sua capacidade de observar, planejar e executar ações. Os algoritmos tradicionais de IA, como o aprendizado de máquina, são específicos para cada função e requerem a intervenção humana para definir tarefas, fornecer dados e interpretar resultados.
Em contrapartida, os agentes de IA, uma vez treinados, podem operar e atingir objetivos específicos de forma autônoma, observando continuamente o ambiente, planejando ações e utilizando ferramentas para executar tarefas complexas. Eles funcionam em um ciclo frequente de observação, planejamento e ação.
Entre as classes de agentes, os virtuais e os incorporados desempenham papéis complementares e fundamentais para a indústria moderna.
Agentes de IA virtuais
- Atuam como assistentes digitais que automatizam tarefas operacionais e administrativas, como atendimento ao cliente, gestão de estoques e análise de dados, liberando colaboradores para funções estratégicas.
- Proporcionam suporte em tempo real com tomada de decisões baseada em dados, ajudando a manter operações mais ágeis e eficientes, além de melhorar a experiência do cliente e a gestão de processos internos.
- Exemplos incluem chatbots inteligentes, assistentes virtuais integrados a sistemas ERP e ferramentas de análise preditiva para demanda e manutenção antecipada.
Agentes de IA incorporados
- São aqueles integrados diretamente a máquinas, equipamentos e sistemas de produção, controlando processos em tempo real, otimizando o fluxo produtivo e garantindo manutenção proativa.
- Monitoram sensores, tomam decisões autônomas para ajustes operacionais precisos e maximizam a eficiência produtiva, reduzindo custos com falhas, paradas e desperdícios.
- A automação inteligente via agentes incorporados permite fábricas mais resilientes, capazes de operar com menos intervenção humana, adaptando-se rapidamente a mudanças e demandas. Serão cruciais para superar as limitações atuais da automação robótica.
A importância dos agentes de IA para a indústria
Os agentes de IA desempenham um papel estratégico para o setor industrial brasileiro avançar em eficiência e inovação, diante da atual complexidade fiscal e dos desafios estruturais. Atualmente, a automação é frequentemente reservada para tarefas simples e repetitivas que ainda exigem supervisão manual para garantir a operação contínua.
No passado, a expansão da automação era dificultada por obstáculos tecnológicos (como a incapacidade de lidar automaticamente com peças flexíveis não classificadas, como cabos) e restrições financeiras. No entanto, tecnologias mais avançadas e custos decrescentes estão prestes a permitir uma implantação mais ampla nas fábricas, com sistemas autônomos assumindo o controle das operações de rotina.
As operações industriais devem evoluir para um modelo centrado na Inteligência Artificial, no qual a IA impulsiona sistemas quase autônomos e autocontrolados, ao mesmo tempo em que capacita os seres humanos. Esses sistemas autônomos — que abrangem máquinas, robôs e sistemas virtuais — podem gerenciar tarefas rotineiras que vão desde o manuseio de materiais até o controle de qualidade e o planejamento da produção.
Espera-se que sejam capazes de otimizar e ajustar os parâmetros de produção nas máquinas em tempo real para se alinharem às necessidades comerciais, aumentando a flexibilidade. Embora a extensão da automação dependa, em última instância, do retorno do investimento, muitas fábricas podem convergir para a autonomia, impulsionadas pela necessidade de se manterem competitivas.
Fábricas autônomas com a colaboração humano-agentes de IA
Embora operações quase autônomas possam se tornar comuns em alguns setores, o envolvimento humano continuará sendo crucial. O papel dos trabalhadores será redefinido, passando de operadores práticos a orquestradores, intervindo quando for necessário julgamento ou criatividade.
Essa mudança aumentará a eficiência operacional, permitindo que os seres humanos se concentrem em tarefas estratégicas e na tomada de decisões éticas para impulsionar a inovação e o crescimento.
Apesar de os agentes de IA terem potencial transformador, é crucial reconhecer que eles ainda não estão totalmente desenvolvidos. Ainda estamos na fase inicial da compreensão do potencial desses agentes, e a IA generativa não é inteligência pronta – ela não raciocina verdadeiramente e não pode resolver problemas complexos de otimização sozinha.
Para implantar robôs com segurança em ambientes dinâmicos e habitados por humanos, é essencial combinar grandes modelos de linguagem, sistemas de ação de linguagem visual e outras modalidades de IA com engenharia, garantindo que proteções adequadas estejam em vigor para soluções confiáveis e eficazes.
Empresas líderes estão realizando testes para avaliar as capacidades dessa tecnologia, com impacto em escala a ser percebido nos próximos anos. O sucesso da transformação depende de uma abordagem abrangente e orientada para o valor da adoção da tecnologia. As soluções devem ser escaláveis e alinhadas com os objetivos comerciais de longo prazo.
Estabelecer bases organizacionais e tecnológicas sólidas que apoiem essa visão será crucial para os fabricantes que buscam capturar todo o potencial da tecnologia.
A importância de ter um parceiro de confiança para projetos de inovação industrial
A indústria brasileira está em uma fase de retomada gradual, ainda limitada por desafios estruturais, mas com potencial impulsionado por políticas de inovação e adoção crescente de agentes de IA para transformar os processos e melhorar a competitividade. Nesse cenário, a escolha do parceiro certo, que compreenda profundamente as necessidades da indústria e do seu negócio, além de ter a expertise necessária e visão consultiva, é o diferencial para ter sucesso nessa jornada.
Como um dos maiores Institutos de Ciência e Tecnologia (ICTs) do Brasil, o SiDi é referência em inovação e Inteligência Artificial. Somos parceiros estratégicos, desenvolvendo projetos industriais disruptivos que impulsionam o diferencial competitivo dos nossos clientes, por meio de soluções de ponta customizadas.
Um dos grandes diferenciais de um parceiro inovador é a capacidade de oferecer recursos estratégicos, como os gêmeos digitais. Essa tecnologia permite simular processos de produção e mudanças no layout da fábrica de forma virtual, antecipando os impactos e evitando alterações físicas custosas. Ao possibilitar testes e ajustes antes da implementação, maximizamos a eficiência e reduzimos riscos, garantindo que a solução final seja a mais otimizada possível.
Se a sua organização busca um parceiro estratégico para impulsionar a inovação em seus processos ou modelos de negócio, entre em contato conosco.
Sobre o SiDi
O SiDi atua com foco em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I). Fundado em 2004, conta com um corpo de mais de 700 profissionais altamente especializados, incluindo mestres e doutores. Seus profissionais possuem conhecimento diferenciado em frentes como Inteligência Artificial, Data Science, MLOps e Segurança Cibernética, o que permite ao instituto oferecer soluções fim a fim usando tecnologia de ponta e as melhores práticas de mercado, que vão desde a concepção até a implementação e entrega de soluções e produtos.
Com escritórios localizados nos maiores polos tecnológicos do Brasil – Campinas, Recife e Manaus –, o SiDi é parceiro de universidades reconhecidas no cenário de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, tais como PUC-CAMPINAS, Unicamp, USP, UFPE, UPE, UFRJ, UFC, UFMG e IFPE. O instituto é credenciado para operar projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação pelo CATI, CAPDA (Lei da Informática) e ANP, e tem auxiliado grandes empresas em projetos que utilizam esses incentivos, assim como os programas de P&D da ANEEL, Inovar PE, entre outros. Desde a sua fundação, o ICT atuou em mais de 1.200 projetos, sendo grande parte deles de abrangência global.
