Enquanto o aquecimento global já é amplamente conhecido, o conceito de eventos climáticos extremos ainda precisa ser mais disseminado e melhor compreendido pela sociedade. Afinal, esses fenômenos têm sido cada vez mais frequentes e intensos, reforçando a necessidade de ações integradas de conscientização e mitigação, com investimentos na gestão de riscos.
Inclusive, o Brasil registrou um recorde de alertas de desastres naturais em 2024, segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). O número é o maior desde o início das atividades de monitoramento em 2011. A ocorrência de desastres também tem crescido significativamente nos últimos anos.
A conscientização, portanto, é o primeiro passo para que seja possível mobilizar diferentes instâncias, promover parcerias e direcionar ações concretas de prevenção e, principalmente, mitigação dos impactos desses fenômenos tão preocupantes e cada vez mais frequentes no planeta.
Um evento climático extremo é qualquer situação que fuja das condições climáticas normais e esperadas em uma determinada região e período. São eventos agravados pelas mudanças climáticas e caracterizados pela magnitude, duração e/ou frequência atípicas. Geralmente ocorrem de maneira repentina, sem ninguém esperar, deixando para trás um rastro de destruição e prejuízos catastróficos.
Podem interferir e intensificar outros fatores, como cheias, desertificação, mudanças de biomas, causando impactos significativos no meio ambiente e na sociedade. São tantos os efeitos diretos e indiretos desencadeados pelos eventos climáticos extremos que muitos acabam não sendo registrados e/ou divulgados, passando despercebidos pela maioria da população.
Estes são alguns dos eventos climáticos extremos mais recentes e impactantes que ocorreram nos últimos anos, no Brasil e no mundo.
Eventos extremos sempre existiram como parte da variabilidade natural do clima. No entanto, nas últimas décadas, a frequência e a intensidade deles têm aumentado significativamente. Somente no Brasil, os desastres climáticos registraram um aumento alarmante de 2,5 vezes na média anual no período de 2020 a 2023 em comparação com a década de 1990 inteira, como demonstrou um estudo da Aliança Brasileira pela Cultura Oceânica.
Os cientistas conferem essa maior recorrência e magnitude às mudanças climáticas causadas pelas atividades humanas, ao longo do tempo. Essa relação é inclusive demonstrada no estudo mencionado acima. O aquecimento global, provocado principalmente pela emissão de gases de efeito estufa, tem alterado os padrões climáticos e agravado esses fenômenos.
São aspectos artificiais influenciando dinâmicas naturais, que, consequentemente, acabam desequilibrando as condições climáticas conhecidas. Esse cenário evidencia a urgência de ações imediatas e ambiciosas de mitigação das emissões e dos desastres climáticos, bem como o fortalecimento da resiliência dos sistemas naturais e humanos mais afetados.
Esse aumento na ocorrência de eventos climáticos extremos no mundo e os seus impactos catastróficos faz com que este seja um tema que precise ser melhor compreendido e visto como estratégico, de importância global, envolvendo tanto a esfera pública quanto a privada. Somente assim será possível buscar mecanismos de prevenção e mitigação efetivos.
Afinal, as mudanças climáticas não têm fronteiras. Mesmo regiões que não emitem poluentes, serão afetadas de alguma maneira pelo aumento da temperatura no planeta e pelos seus impactos. E em virtude do avanço progressivo na temperatura média global, os fenômenos climáticos devem acontecer de forma cada vez mais extrema e frequente, afetando a todos.
Por isso, essa responsabilidade é de todos. Mas é aí que mora o desafio: essa divisão de responsabilidades não é clara. Ao mesmo tempo, faltam lideranças para congregar as organizações a fim de resolver esse problema que atinge e aflige a todos.
Outra grande questão está justamente em como prever esses eventos extremamente fora da curva e tomar decisões que gerem o menor impacto possível.
A dificuldade de prever eventos climáticos extremos existe por uma limitação tecnológica dos métodos tradicionais, que dificulta um acompanhamento local preciso e a curto prazo do tempo. O resultado é uma incapacidade de antever esses casos e, com isso, uma enorme dificuldade em tomar as decisões certas para controlar e mitigar as suas consequências.
Tecnologias como Inteligência Artificial têm auxiliado as empresas a tomarem melhores decisões, gerando o menor impacto possível, por meio de análises preditivas e de risco que relacionam diversos fatores de acordo com o nível de impacto dos eventos. Essa abordagem apoia a tomada de decisões em situações críticas.
Outros mecanismos inovadores também têm sido utilizados para a otimização dos processos e a redução ou absorção das emissões de carbono.
Novos problemas requerem novas soluções e, para tanto, uma união coordenada de forças. Por mais que seja difícil reverter totalmente o cenário a condições ideais, existem medidas que podem e precisam ser tomadas para reduzir os impactos.
Como Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT), o SiDi tem o papel de ser uma liderança nesse contexto, sendo uma ponte entre a pesquisa realizada nas universidades e a sua aplicação na sociedade. Isso envolve catalisar a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico, interligando as pontas e promovendo soluções inovadoras por meio de parcerias.
Além disso, também temos o dever de conscientizar a sociedade e as empresas, bem como fomentar conversas entre os players para facilitar a busca e a concretização das soluções.
Se a sua organização quer saber como ser mais resiliente e mitigar os impactos dos eventos climáticos extremos, por meio de tecnologias que auxiliam na tomada de decisão, entre em contato conosco.