Requisitos, Prazos e Penalidades
A União Europeia vem consolidando um dos ecossistemas regulatórios mais exigentes do mundo em relação à cibersegurança. Após o GDPR (2018) e a Diretiva NIS2 (2023), o Cyber Resilience Act (CRA) surge como a primeira legislação a estabelecer requisitos obrigatórios de segurança para todos os Produtos com Elementos Digitais (PDEs).
Estima-se que falhas de segurança em dispositivos conectados gerem perdas anuais superiores a €5,5 trilhões em todo o mundo (World Economic Forum, 2022). Além disso, o ENISA Threat Landscape aponta que a exploração de vulnerabilidades conhecidas foi a principal causa de incidentes de segurança no período analisado (ENISA Threat Landscape, 2022). Esse déficit estrutural serviu como motivação para a criação de uma legislação que estabelece a resiliência digital como requisito fundamental para a competitividade no mercado.
Requisitos centrais do CRA
O CRA define quatro grandes obrigações aplicáveis a toda a cadeia de PDEs:
1. Avaliação de Riscos
Empresas devem implementar processos sistemáticos de risk assessment, incluindo:
2. Documentação Técnica
Cada PDE deve ser acompanhado de documentação detalhada, incluindo:
Software Bill of Materials (SBOM) quando solicitado, instrumento crucial para rastrear dependências de software e mitigar riscos de ataques à cadeia de suprimentos (ex.: caso SolarWinds, 2020).
3. Conformidade
A lei adota um modelo risk-based de conformidade:
4. Gestão de Vulnerabilidades
Um dos pilares do CRA é a obrigação de gestão contínua de vulnerabilidades:
Linha do tempo de implementação
O CRA prevê uma transição escalonada (European Commission, 2023):
Penalidades em caso de descumprimento
As penalidades são altas e variam conforme o nível de risco e o impacto da não conformidade:
Além das sanções financeiras, autoridades nacionais poderão retirar produtos do mercado ou restringir vendas. O impacto reputacional, segundo estudos da IBM (2022), pode ser ainda mais danoso: em média, empresas perdem 30% do valor de mercado após um incidente grave de segurança.
O que muda na prática?
O CRA cria uma mudança de paradigma:
Conclusão
O Cyber Resilience Act inaugura uma nova etapa do mercado digital europeu: a competitividade passa a estar condicionada à segurança cibernética. Se, por um lado, os requisitos exigem investimentos em processos, auditorias e atualizações contínuas, por outro lado representam oportunidade estratégica para empresas que se diferenciarem pela maturidade em cibersegurança.
Em suma, o CRA reforça a lógica introduzida pelo GDPR: sem conformidade regulatória, não há acesso ao mercado europeu.
Como sua empresa pode se preparar para o EU Cyber Resilience Act (CRA)
Nos artigos anteriores, falamos sobre o que é o CRA, quais produtos entram no escopo e quais são os requisitos, prazos e penalidades. Neste artigo, focaremos na parte prática: como sua empresa pode começar a se preparar e transformar essa obrigação em vantagem competitiva no mercado europeu.
O que está em jogo
O Cyber Resilience Act (CRA) não é só mais uma lei de cibersegurança, ele cria um padrão de confiabilidade digital dentro da União Europeia.
Na prática, isso significa que produtos com elementos digitais (PDEs) vão precisar mostrar que são seguros do design até o descarte. Ou seja, a responsabilidade não é exclusiva dos fabricantes de hardware. Desenvolvedores de software, integradores e distribuidores possuem obrigações a serem cumpridas, caso contrário estará sujeitos a multas ou serem banidos do mercado europeu em último caso.
O lado positivo desta regulamentação é que quem se antecipar pode ganhar uma vantagem competitiva, além de cumprir obrigações, ganha confiança, reputação e preferência na cadeia de valor.
Por onde começar a preparação
1. Mapear os produtos
O primeiro passo é entender exatamente o que sua empresa tem em portfólio:
A complexidade está nos detalhes, e uma classificação errada pode significar custos desnecessários ou, pior, não conformidade.
2. Avaliar lacunas de segurança
Depois de mapear, é necessário fazer a avaliação crítica dos produtos:
Essa avaliação precisa ser profunda e estruturada — não é um checklist simples.
3. Estruturar governança e processos
O CRA exige mais do que tecnologia. Ele exige maturidade organizacional:
Cada empresa precisa de uma estratégia customizada, considerando seu porte, mercado e estrutura operacional.
Oportunidades além da conformidade
O CRA não é só "burocracia europeia". Ele abre espaço para novos diferenciais de mercado:
A janela de oportunidade está aberta — mas não por muito tempo
O CRA redefine as regras do jogo digital na Europa. Para algumas empresas, ele pode parecer só mais uma dor de cabeça regulatória. Mas, para quem se move rápido, é uma chance real de ganhar competitividade e se destacar em um mercado que valoriza cada vez mais a segurança.
Cibersegurança não é só sobre cumprir lei: é investir no futuro do seu negócio.
Seu próximo passo começa aqui
Adequar-se ao CRA exige expertise técnica, conhecimento regulatório e visão estratégica. É um processo complexo, com múltiplas camadas e, erros podem custar caro.
O SiDi está pronto para ser o seu parceiro estratégico nessa jornada, com soluções que vão muito além da teoria, desde o diagnóstico inicial até a certificação e o monitoramento contínuo.
Com décadas de experiência em inovação digital, cibersegurança e compliance regulatório, ajudamos sua empresa a:
Cada empresa tem desafios únicos, e a solução certa depende do seu produto, do seu mercado e da sua estrutura.
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A conformidade pode esperar, mas a oportunidade, não.