Inovar é uma questão de sobrevivência. Empresas que entendem essa importância sabem que, em um mundo de mudanças rápidas, problemas modernos exigem soluções atuais. Além disso, quem sai na frente está mais preparado para os desafios do futuro, colhe os melhores resultados, conquista novos mercados, fideliza clientes e se mantém relevante em um ambiente de intensa disputa.
Mas, para inovar, é preciso ter uma cultura arrojada e aberta a mudanças, pois sem esse DNA não há inovação que resista. Parece óbvio, mas não é: embora 83% dos executivos considerem esse tema prioritário, apenas 3% das empresas no mundo estão efetivamente preparadas para colocar novas ideias em prática, segundo estudo do Boston Consulting Group (BCG).
No Brasil, 70% dos executivos afirmam que a cultura avessa ao risco é o maior empecilho. Outra pesquisa, realizada pela ACE Cortex, indica que 79% das empresas brasileiras não têm maturidade suficiente para inovar, ou seja, atuam em ambientes de baixa ou média maturidade nesse aspecto. Somente 23% possuem líderes que realmente praticam a inovação.
Para ajudar a mudar esse cenário, neste artigo, exploraremos como construir uma cultura de inovação na indústria, com foco na criação de times preparados para o futuro. Abordaremos desde a importância da liderança e da comunicação até a gestão do processo de inovação e a promoção de um ambiente de trabalho que valorize a criatividade e a experimentação.
O que é cultura de inovação?
Enquanto o mercado se encanta com as últimas aplicações da Inteligência Artificial (IA), a verdadeira raiz da transformação nas empresas está na cultura organizacional. Sem um ambiente que incentive a ousadia, a experimentação e a troca de ideias, novas tecnologias, como a IA, e transformações digitais não passam de promessas vazias.
Não se trata apenas de adotar novas tecnologias ou implementar soluções disruptivas pontuais. É preciso ter um solo fértil e seguro no qual buscar desafios, propor e testar, rapidamente, façam parte da mentalidade e do dia a dia de todos na empresa. Isso tudo entendendo que falhas e erros são parte do processo de amadurecimento.
A cultura de inovação refere-se, portanto, ao ambiente organizacional que estimula e valoriza a criatividade, o pensamento crítico, a experimentação e a busca por novas soluções. Isso significa incentivar o surgimento de ideias em todos os níveis da empresa, promover a colaboração entre equipes, ter liberdade para testar, errar e aprender rapidamente, além de investir continuamente em melhorias de produtos, processos, serviços e modelos de negócio.
Cultura inovadora é comportamental e começa de cima
A mentalidade inovadora está, obviamente, relacionada com a cultura organizacional, que é o conjunto de valores, crenças, normas e práticas compartilhadas que orientam o comportamento das pessoas dentro de uma organização. Ela molda o DNA da empresa e influencia desde a forma como os colaboradores se relacionam até os processos internos, o ambiente de trabalho e as decisões estratégicas.
São princípios que percebemos e vamos assimilando ao longo do convívio, guiados pela forma como as lideranças se comportam, refletindo em como as pessoas se sentem e agem, no quanto elas têm senso de pertencimento e na produtividade do negócio como um todo. Ou seja, a cultura se manifesta de forma tangível no dia a dia.
O papel da liderança
E é aqui que a liderança desempenha um papel central: somente o comportamento, a começar do topo da cadeia organizacional, é capaz de moldar a cultura e, assim, a mentalidade aberta à inovação. Eles são os modelos a serem seguidos. Suas ações, decisões e a forma como interagem com a equipe comunicam, de maneira muito mais eficaz do que qualquer comunicado interno, o que é realmente valorizado na empresa.
Os valores e princípios que ela diz que possui só ganham vida quando incorporados e demonstrados pelos líderes. Não basta pregar uma cultura aberta, ágil e inovadora; é preciso vivenciá-la. Se os líderes incentivam a experimentação, celebram o aprendizado com os erros e promovem a colaboração, a cultura organizacional se torna um terreno fértil para a inovação.
Por outro lado, se são resistentes a novas ideias, punem os erros e centralizam o poder, a cultura organizacional se torna um obstáculo, por mais que a empresa invista em tecnologias e novos processos. Portanto, a construção de uma cultura de inovação passa, necessariamente, pela transformação da liderança.
Os líderes devem ser os primeiros a adotar uma mentalidade inovadora, a experimentar novas abordagens e a desafiar o status quo. Eles devem criar um ambiente seguro para que suas equipes possam fazer o mesmo, sem medo de errar ou de serem punidas.
Criando um ambiente propício à inovação
Não comece a inovar porque você está precisando resolver um problema no seu negócio
Quando falamos em inovação, você não pode ter pressa para acertar. E quando existe um problema que precisa ser resolvido, também há a ansiedade para se ter uma resposta rápida. Com isso, a pressão será grande, e as chances de dar errado, enormes.
Entenda o melhor momento para inovar
A melhor hora para investir em inovação é quando está tudo correndo muito bem nos negócios. Por mais que pareça contraditório, o tempo da inovação precisa ser respeitado para que possamos colher os frutos no futuro.
A pressão intrínseca na lógica empresarial de que cada centavo investido precisa gerar um retorno conflita um pouco com a maneira como a inovação precisa ser conduzida para ter sucesso.
Enxergue para inovação de forma diferente
É preciso olhar para a inovação sob uma óptica diferente, pois, sim, você vai errar, seu negócio vai investir em produtos que não vão dar certo, até que você invista em algo que compense em tudo e até exceda aquilo que perdeu com os anteriores. Entenda que inovar é um processo criativo, com perdas e falhas. Faz parte do processo.
Por outro lado, é preciso errar o quanto antes. No final, os aprendizados resultam em ideias maduras que trazem retorno para a organização.
Encontre o desafio certo
A forma mais impactante de impulsionar a inovação é encontrar o desafio certo. Afinal, inovar não é um dom inato, mas uma habilidade treinável. Embora a genética contribua com 30% da nossa criatividade, os 70% restantes dependem do nosso esforço e da nossa capacidade de nos desafiarmos.
No entanto, nem todo desafio é igual. Em geral, costumamos pensar que quanto maior o desafio, maior é a nossa capacidade de inovar, mas não é bem assim. A relação entre desafio e performance inovadora segue uma curva em "U invertido".
Desafio excessivo = pouca inovação: desafios grandiosos demais, que excedem nossas habilidades e recursos, geram estresse e frustração, minando a capacidade de inovar.
O segredo está em encontrar o "ponto ideal da inovação": um desafio que seja grande o suficiente para nos inspirar e nos tirar da zona de conforto, mas que esteja ao alcance de nossas habilidades e recursos.
A fórmula do ponto ideal de inovação
Quando encontramos o desafio certo, desbloqueamos nosso potencial inovador e nos tornamos mais propensos a criar soluções inovadoras e impactantes. Portanto, incentive seus times a buscarem desafios que os inspirem, que estejam alinhados com suas habilidades e que contem com os recursos necessários para serem superados.
Incentivo à experimentação
Estimule a cultura do "teste e aprenda", em que os erros são encarados como oportunidades de aprendizado e a busca por novas soluções é recompensada, mesmo que nem sempre resulte em sucesso imediato.
Colaboração interdisciplinar
Promova a interação entre diferentes áreas da empresa, quebrando silos e incentivando a troca de conhecimentos e perspectivas. A diversidade de ideias é um motor poderoso para a inovação.
Comunicação transparente
Garanta que todos os colaboradores tenham acesso às informações relevantes sobre os desafios e oportunidades da empresa, permitindo que se sintam parte do processo de inovação e contribuam com suas ideias.
Autonomia e empoderamento
Dê aos colaboradores a liberdade para tomar decisões e implementar suas ideias, incentivando a proatividade e o senso de responsabilidade.
Estruture um time de inovação
Para otimizar a inovação, tenha um time dedicado à análise de oportunidades desde o início, acompanhando-as para minimizar custos e maximizar ganhos. Designar essa função a outros departamentos pode comprometer as suas especialidades. Uma equipe focada garante estratégias de inovação eficazes a curto, médio e longo prazos.
Implemente uma esteira de inovação
Essa é uma maneira de gerenciar os riscos, baseado no volume de ideias, nos testes e nos aprendizados durante o processo.
Ao adotá-la, a empresa garante que a inovação não seja um evento isolado, mas, sim, um processo contínuo e integrado à sua cultura, que gera aprendizados, modifica a forma como a empresa atua e faz negócios, impulsionando o crescimento e a competitividade a longo prazo.
Exemplos práticos
✔ Implemente programas de ideação, em que os colaboradores podem apresentar suas sugestões de melhoria e inovação.
✔ Crie espaços físicos e virtuais para a colaboração e a troca de ideias, como salas de brainstorming e fóruns online.
✔ Promova workshops e treinamentos sobre temas relacionados à inovação, como Design Thinking, metodologias ágeis e resolução criativa de problemas.
✔ Reconheça e recompense os colaboradores que se destacaram por suas contribuições para a inovação.
O papel do SiDi como ICT
Um dos maiores Institutos de Ciência e Tecnologia (ICTs) do Brasil, criador de mais de 1.200 projetos de inovação e líder em Inteligência Artificial, o SiDi é uma referência em inovação. Possuímos expertise em transformar informações complexas em insights estratégicos acionáveis, impulsionando o desenvolvimento de soluções inovadoras para diversos setores.
O nosso papel é ser uma liderança nesse contexto, conectando a pesquisa acadêmica com as necessidades do setor empresarial, catalisando o desenvolvimento tecnológico e promovendo parcerias estratégicas. Atuamos como elo entre as universidades e a sociedade, transformando o conhecimento científico em soluções concretas que geram valor para as empresas e para a sociedade como um todo.
Além disso, também assumimos o compromisso de conscientizar a sociedade e as empresas sobre a importância da inovação, fomentando o diálogo entre os diversos players do mercado para facilitar a busca e a implementação de soluções inovadoras. Se sua organização busca um parceiro estratégico para impulsionar a inovação em seus produtos, processos ou modelos de negócio, entre em contato conosco.
Sobre o SiDi
O SiDi atua com foco em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I). Fundado em 2004, conta com um corpo de mais de 700 profissionais altamente especializados, incluindo mestres e doutores. Seus profissionais possuem conhecimento diferenciado em frentes como Inteligência Artificial, Data Science, MLOps e Segurança Cibernética, o que permite ao instituto oferecer soluções fim a fim usando tecnologia de ponta e as melhores práticas de mercado, que vão desde a concepção até a implementação e entrega de soluções e produtos.
Com escritórios localizados nos maiores polos tecnológicos do Brasil – Campinas, Recife e Manaus –, o SiDi é parceiro de universidades reconhecidas no cenário de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, tais como PUC-CAMPINAS, Unicamp, USP, UFPE, UPE, UFRJ, UFC, UFMG e IFPE. O instituto é credenciado para operar projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação pelo CATI, CAPDA (Lei da Informática) e ANP, e tem auxiliado grandes empresas em projetos que utilizam esses incentivos, assim como os programas de P&D da ANEEL, Inovar PE, entre outros. Desde a sua fundação, o ICT atuou em mais de 1.200 projetos, sendo grande parte deles de abrangência global.